Talassemias





Talassemias
Também conhecida como anemia do Mediterrâneo devido as altas taxas de prevalência desse distúrbio em países mediterrâneos, a talessemia constituem um grupo heterogêneo de doenças genéticas que resultam na diminuição ou falta da síntese de cadeias α ou β da hemoglobina.
1.1 Síndromes α-talassêmicas
Os indivíduos normais têm quatro genes α ativos, nas α-talassemias ocorre geralmente por deleção ou inativação de genes α-globina. A gravidade clínica está relacionada ao número de genes que faltam ou estão inativos e podem se manifestarem das seguintes maneiras:
1.1.2 Hidropisia fetal por Hb Bart’s: A perda de todos os quatro genes suprime por completo a síntese de cadeia α, sendo esse importante como parte tanto da hemoglobina fetal como a do adulto, esse defeito é incompatível com a vida e leva à morte in útero ou poucas horas após o nascimento
Aspectos clínicos: Grande hepatoesplenomegalia e edema semelhantes nos indivíduos portadores da enfermidade hemolítica do recém-nascido.
Epidemiologia: É mais frequente no sudeste da Ásia, China, Filipinas e não tem sido observada na América Latina.

1.1.3 Doença por HbH: Nestes pacientes somente um gene dos quatros genes está ativo.
Características gerais: Na vida adulta predomina a HbA, acompanhada de HbH(β4) e no período neonatal predomina a HbF com 10-20% de Hb Bart’s(γ4) e pouca quantidade de HbH.
Diagnóstico de HbH: Eletroforese e/ou coloração supravital de sangue com azul brilhante de cresil. (
Aspectos clínicos: Anemia hemolítica crônica, esplenomegalia e alterações ósseas.
Achados laboratoriais: Hipocromia e poiquilocitose.
Epidemiologia: Descrita esporadicamente na América Latina, em Portugal e Espanha.
1.1.4 Traço α-talassêmico: Corresponde aos heterozigotos ou homozigotos de α-talassemia, ou seja, perca de um ou dois genes e geralmente não estão associados a anemia.
Diagnóstico: Análise do DNA.
Achados laboratoriais: VCM e HCM diminuídos.
1.1.5 Portador silencioso: Os heterozigotos de α+-talassemia podem ter de 1-2% de Hb Bart’s no período neonatal e na vida adulta podem ter ligeiramente hipocromia (difícil detecção ou o sangue periférico pode ser perfeitamente normal.
Diagnóstico: Análise de DNA.
1.2 Síndromes β-talassêmicas
Ao contrário da α-talassemia, a maioria das lesões genéticas constituem mutações pontuais em vez de deleção dos genes. Essas mutações podem ocorrer no próprio gene, nas regiões promotoras ou amplificadoras. Certas mutações são particularmente frequentes em algumas regiões.

1.2.1 β-talassemia maior
Não há síntese de cadeia β (β0) ou há síntese apenas de quantidade pequena e insuficiência (β+). O excesso de cadeias α precipita nos eritoblastos e nos eritrócitos maduros, causando séria eritropoese ineficaz e intensa hemólise; mas a produção de cadeias γ ajudar a “varrer” o excesso de cadeias α e atenua a doença.
Aspectos clínicos: Anemia grave, aumento do fígado e baço, expansão dos ossos causada pela intensa hiperplasia eritroide da MO, hemossiderose transfusional e suscetilidade a infecções bacterianas.
Diagnóstico laboratorial: Anemia hipocrômica microcitica extrema, aumento na contagem de reticulócitos e com eritroblastos, células em alvo e pontilhado basófilo na distenção de sangue. Eletroforese de hemoglobina mostra ausência ou grande diminuição de HbA, sendo a HbF quase toda a hemoglobina circulante.
Tratamento: Transfusão regulares, administração de ácido fólico quando a dieta é pobre, terapia quelante de ferro e a esplenectomia pode ser necessária para diminuir a necessidade de sangue.
1.2.2 Traço β-tallâssemico (talassemia menor)
É uma anomalia comum, geralmente assintomática.
Achados laboratoriais: Anemia leve, VCM e HCM muito baixo (microcitose e hipocromia), contagem de eritrócitos alta.
Diagnóstico: Aumento de HbA
Casos de talassemia com gravidade moderada, que não necessitam de transfusão periódicas são designados como talassemia intermédia.

3. Referências bibliográficas
1. Fundamentos em hematologia/ Hoffbrand, A. V. Moss P. A. H. ; tradução e revisão técnica: Renato Failace. – 6. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2013.
2. Tratado de Hematologia/ editores Zago, M. A. Falcão, R. P. Pasquini, R. Spector, N. Covas, D. T. Rego E. M. – São Paulo: Editora Atheneu, 2013.

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